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Projetos de Pesquisa

A IMPLEMENTAÇÃO DO SUAS NO BRASIL: ANÁLISE DO CENSO SUAS NA ÚLTIMA DÉCADA (2010-2019)

O presente projeto de pesquisa parte da relevância do mesmo para qualificar a produção teórica no âmbito do Serviço Social acerca do debate a implementação das políticas públicas, em especial no SUAS, na última década. Muito embora o Censo SUAS, se constitua como uma importante ferramenta de monitoramento do SUAS, por meio da coleta informações sobre os padrões de serviços, programas e projetos realizados na esfera de ação desta política (BRASIL, 2021), até o momento, constata-se poucos estudos que utilizam este instrumento na avaliação e análise da implementação do SUAS. Em relação a descentralização e controle social, mesmo contemplados 15 anos da implementação do SUAS, com abrangência em 97,6% dos municípios brasileiros, e mesmo considerado um dos elementos inovadores da arquitetura do SUAS (ARAÚJO et al, 2012), persiste o controle social como um dos aspectos mais frágeis e desafiadores, constituindo em um importante objetivo a ser alcançado (COUTO, et al, 2012; RAICHELIS, 1998). Contudo, isso não tem sido sinônimo de que a população tenha se apropriado e conseguido se expressar por meio da ampliação dos instrumentos democráticos. Nesta perspectiva, estudar os desafios da participação no SUAS acompanha as iniciativas recentes de descentralização e de participação das políticas sociais no Brasil. Ademais, a Constituição Federal de 1988 prevê o controle social e a participação da sociedade na formulação e execução das políticas sociais no Brasil. Dentro destas concepções a política de Assistência Social tem construído, para além de sua função eminentemente protetiva, dispositivos que articulem suas outras duas funções: a Vigilância Socioassistencial e a Defesa de Direitos. Entende-se que é dessa ação integrada entre as três funções estabelecidas pelo SUAS que se fará avançar na garantia de acesso aos direitos socioassistenciais. A violência precisa ser compreendida em sua dinâmica e amplitude, abarcando os modos sutis muitas vezes utilizados por quem a pratica, e ser considerada como violação de direitos. Nessa perspectiva, compete aos serviços do SUAS prestar atenção qualificada a qualquer uma dessas situações. Tem se tornado cada vez mais contundente no Brasil o entendimento social da violência pautado na relação com a exclusão social e a pobreza, ou seja, a violência como fenômeno associado ao cotidiano das famílias pobres, moradoras das periferias. Além disso, sabemos que no âmbito do SUAS a Proteção Social Especial é a responsável pela coordenação dos serviços relacionados às violências e violações. Contudo, a Proteção Social Básica também lida a todo momento com essa questão, atuando principalmente na prevenção de sua ocorrência. Assim, compreendemos que ambas as proteções devem atuar conjuntamente diante do fenômeno da violência.

Coordenadora: Vanessa Rombola Machado.

Integrantes:  Karine dos Santos Costa; Raquel Barros de Souza; Renan Teodoro de Souza.


ALGORITMOS PRECONCEITUOSOS? O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA APLICAÇÃO DA PENA.

A ciência criminal a partir de seu tripé classicamente estabelecido por Von Liszt (política criminal, dogmáticas penais e criminologia), passa por uma de suas mais severas crises. Especialmente em relação ao seu campo normativo. O fato social, antes marcado pela fixidez, dá lugar a características de complexidade, fluidez e indeterminação. As dificuldades de regramento deste fato social, diante de um Direito marcado pelas análises binárias (i)legal, (in)constitucional, (im)provido, paradoxalmente, coloca-nos diante de um impasse na busca da segurança jurídica prometida. Algoritmos desenvolvidos a partir de complexas lógicas passam a colocar em xeque toda a estrutura contratualista acerca do Direito. Tanto as responsabilidades (Direito Penal) quanto as responsabilizações (Direito Processual Penal) serão parametrizadas, calculadas a partir de padrões de comportamento, substituindo a cognição pela checagem. No cerne de tal movimento está justamente um dos corolários da segurança jurídica: a eficiência do sistema penal. Nada deve passar incólume aos cálculos atuariais, em um processo de cessão à própria natureza humana do ato de julgar. Tanto a individualização da conduta (pilar da responsabilização penal), quanto a fundamentação da sentença criminal, passam a ser assumidas por computadores programados de acordo com as rotinas de julgamentos passados. O uso de tecnologias como a inteligência artificial é visto como um caminho sem volta no campo jurídico. Não apenas: tais tecnologias já têm sido utilizadas, inclusive, pelos tribunais superiores (STJ e STF) na avaliação, por exemplo, da admissibilidade dos Recursos Especial e Extraordinário, bem como na seleção dos temas de repercussão geral. Além disso, as tecnologias poderiam atuar no sentido de diminuir incertezas acerca dos futuros julgamentos. É preciso, portanto, analisar sobre o quanto estas lógicas podem impactar o sistema penal brasileiro, historicamente seletivo, racista e marcado pela distribuição intencional de dores.

Coordenadora: Erika Mendes de Carvalho.

Integrantes: Daniele Gervazoni Delanheze; Fabiana Paim Andrade; Gustavo Noronha de Avila; Hermon Alves de Lima; Juliana Aparecida de Oliveira.


AS BASES DAS CLIVAGENS POLÍTICAS: O BRASIL EM PERSPECTIVA COMPARADA            

A literatura recente sobre legitimidade aponta que o apoio ao regime democrático é fortemente condicionado por aspectos do contexto, como idade do regime e os níveis de desenvolvimento econômico (Magalhães, 2019), mas também por dimensões ainda pouco exploradas, como a polarização e a dinâmica termostática da opinião pública (Graham & Svolik, 2020; Fossatti, 2021; Claasen, 2020). Inserindo-se nessa agenda, nossa proposta é analisar as bases e consequências das clivagens políticas no Brasil. Primeiramente serão levantadas informações sobre a posição dos eleitores brasileiros em relação a um conjunto de issues econômicos, políticos e culturais. A perspectiva histórica será contemplada com a utilização de séries longitudinais sobre a opinião pública nacional nos últimos 30 anos visando identificar que temas são geradores de clivagens em cada momento, relacionando essas divisões aos contextos social, político e econômico. Propomos a complementação desses dados com um survey nacional, cujo objetivo é, a partir da identificação das fragilidades e ausências dos dados existentes, produzir um conjunto de informações especificamente voltadas para a identificação desses temas divisores e das suas bases atitudinais e demográficas. A parte seguinte da pesquisa busca identificar se os mesmas temas que dividem a opinião dos eleitores dividem também as elites. Nessa etapa serão cruciais os dados levantados pelos projetos Brazilian Legislative Survey (1990-2017) e PELA (Pesquisa sobre Elites Parlamentares Latino-americanas) que ao levantar informações sobre atitudes e posicionamentos de membros do legislativo federal nacional permite avaliar o nível de congruência entre cidadãos e representantes. Na sequência investigamos a relação entre atitudes e posições sobre os issues geradores de clivagens, o social sorting e o comportamento eleitoral. Nessa última etapa pretendemos nos valer de experimentos para testar hipóteses sobre o efeito de posicionamentos e atitudes em relação a temas específicos sobre as decisões eleitorais dos brasileiros e sobre seu apoio a políticas públicas e decisões governamentais pontuais.

Coordenador: Julian Borba.

Integrantes: Eder Rodrigo Gimenes; Ednaldo Aparecido Ribeiro; Lucas Toshiaki Archangelo Okado.


ASSEMBLEIA GLOBAL EM EDIÇÃO GENÉTICA

Projeto interinstitucional voltado à estruturação de um processo participativo para a discussão de implicações éticas e diretrizes políticas na governança da edição genética. Serão realizadas assembleias nacionais em: África, América do Norte, América do Sul, Ásia, Europa e Oceania. A elas se seguirá uma Assembleia Global com 110 pessoas do mundo.

Coordenadora: Carla Cecília Rodrigues Almeida.

Integrantes: Angela Cristina Ehlert Medeiros; Carla Gandini Giani Martelli.


BANCO DE INICIATIVAS DA REDE BRASILEIRA DE MULHERES CIENTISTAS

A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC) foi criada para chamar a atenção do debate público para as desigualdades de gênero. Uma de suas propostas é a sistematização e a difusão das experiências e iniciativas existentes no país, postas em prática por governos, instituições variadas e organizações da sociedade civil para o enfrentamento desse contexto. É com essa intenção que o Banco de Iniciativas foi criado para servir como um repositório dessas iniciativas.

Coordenadora: Carla Cecília Rodrigues Almeida.

Integrantes: Angela Cristina Ehlert Medeiros.


DEMOCRACIA, PARTICIPAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS

O projeto reúne pesquisadores alinhados em torno das temáticas da participação política, das políticas públicas e de estudos que abordam o regime democrático. Nesse sentido, encontra-se articulado a uma iniciativa de colaboração interinstitucional entre seus participantes e a Universidade Estadual de Maringá (UEM), com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/Araraquara) por meio do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Coordenadora: Carla Cecília Rodrigues Almeida.

Integrantes: Ana Aparecida de Brito; Antonio Augusto Ferreira Neto; Cecilia Gabriela Treiman Antonucci; Celene Tonella; Crislaine Raquel Ruppenthal Mantovani; Eder Rodrigo Gimenes; Ednaldo Aparecido Ribeiro; Edson Dalla Valle; Eliana Carvalho Marques; Karine Dos Santos Costa; Larice Lopes Faustino; Luana Machado Alves; Maithe Potrich; Miguel Frigo Amorim; Rafael Da Silva; Simone Pereira Da Costa Dourado.


EDUCAÇÃO, MEIO AMBIENTE E POPULAÇÃO IDOSA: CONTRIBUIÇÕES PARA A ORGANIZAÇÃO DE CIDADES INTELIGENTES

Esta proposta foi aprovada, com financiamento, pelo Edital Nº. 09/2021 - Fundação Araucária e pelo Edital Nº. 023/2021/ PPG. O objetivo desta pesquisa é compreender os hábitos e atitudes da população idosa maringaense em relação à preservação do meio ambiente, à participação de ações em prol da comunidade, bem como seus hábitos no que se refere à saúde, ao lazer, ao transporte, à cultura, ao respeito aos deficientes, à segurança, dentre outros aspectos da vida citadina. O estudo, de caráter quanti-qualitativo, contará com a participação de 3000 idosos da cidade de Maringá-PR, que responderão a um survey elaborado pela coordenadora e equipe de pesquisadores. Os dados coletados serão analisados quantitativamente por meio de gráficos e tabelas. As questões abertas do survey serão categorizadas e analisadas seguindo os passos da análise de conteúdo proposta por Bardin (2011). Espera-se contribuir com a elaboração de políticas públicas com vistas ao atendimento da população idosa no que se refere à saúde, lazer e educação, bem como identificar demandas da comunidade para a Universidade atuar por meio de projetos e extensão, tendo em vista a sua missão como instituição de ensino, pesquisa e extensão. Palavras-chave: idosos; terceira idade; cidades inteligentes; saúde; lazer; cultura.

Coordenadora: Marguit Neumann Goncalves.

Integrantes: Adriano Leonardo Benassi; André Gustavo de Castro e Silva; Danilo Fernandes Barbosa.


ESTUDOS INTER E MULTIDISCIPLINARES SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E SUAS IMPLICAÇÕES NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL: FASE 2-REGULAMENTAÇÃO IFRS S1 E IFRS S2

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) na perspectiva organizacional é uma temática atemporal considerando que vem sendo discutida desde a década de 1950 e permanece atual se considerado as expectativas Environmental, Social and Governance (ESG) em torno das organizações para dar suporte às necessidades preeminentes a sociedade. Esse cenário coloca mais uma vez em pauta o debate sobre a RSC e o papel das organizações perante os problemas sociais e ambientais. Na primeira fase do projeto (vigência de 2020 a 2023) consolidou-se conhecimentos teóricos e empíricos sobre a evolução do tema desde a suas primeiras discussões. Embora tenhamos evoluído na temática, a RSC era adotada de forma voluntária pelas organizações. As exigências quanto a atuação socioambiental e a veracidade das informações divulgadas ganham lugar de destaque no mercado financeiro a partir da criação do acrônimo ESG no mercado financeiro em 2004. Quase 20 anos depois, assistimos o movimento rumos a padronização e para tanto, o International Sustainability Standards Board (ISSB) assumiu a responsabilidade de desenvolver uma linguagem comum para a divulgação de impactos, riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade e às mudanças climáticas. Como resultado desse novo direcionamento que prevê adoção compulsória foram lançadas em 26/06/2023 as duas primeiras normas internacionais: IRFS S1 e IFRS S2. No Brasil, a adoção das referidas normas está prevista na Resolução CVM 193 de 23 de outubro de 2023 e prevê adoção voluntária nos exercícios iniciados em, ou após 01 de janeiro de 2024 e adoção obrigatória a partir dos exercícios sociais iniciados em, ou após, 1 de janeiro de 2026 (CVM, 2023). Diante do exposto, o presente projeto de pesquisa institucional tem como tema de estudo a Responsabilidade Social Corporativa e suas implicações no contexto organizacional, mas em uma fase 2, que compreende o período de regulamentação das normas IFRS S1 e IFRS S2.

Coordenadora: Marguit Neumann Goncalves.

Integrantes: Adriano Leonardo Benassi; Danilo Fernandes Barbosa.


FORTALECENDO OS EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS: ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO SOCIAL

Investiga as principais iniciativas de empreendimentos de economia solidária com o objetivo de elaborar estratégias que possam contribuir para a inclusão social de públicos em situação de vulnerabilidade.

Coordenador: Antonio Rafael Marchezan Ferreira.

Integrantes: Andrey Sérgio Limonta; Carla Cecília Rodrigues Almeida; Dayane Kelly Ojeika Martins de Souza.


GRUPO DE ESTUDOS SOBRE A FORMAÇÃO DO PSIQUISMO NA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL: FUNDAMENTOS PARA PESQUISAS E ATUAÇÃO PROFISSIONAL

As obras de L. S. Vigotski, A. N. Leontiev e A. R. Luria chegaram ao Brasil na década de 1980 e desde esta época estudiosos de várias áreas de conhecimento têm analisado os conceitos da Psicologia Histórico-Cultural. No entanto, ainda é necessário se apropriar dos conhecimentos produzidos. Considerando esse aspecto, o objetivo deste projeto é aprofundar estudos sobre o desenvolvimento do psiquismo a partir de obras de autores clássicos da Psicologia Histórico-Cultural, visando a busca de subsídios teóricos e metodológicos para desenvolvimento de pesquisas e atuação profissional. A metodologia utilizada será pesquisa bibliográfica e realização de grupo de estudos. O projeto contemplará a análise de temas como atuação do psicólogo escolar, relação desenvolvimento e aprendizagem, desenvolvimento do psiquismo, periodização do desenvolvimento humano, trabalho docente, adoecimento do professor, educação especial, unidade afeto-cognição entre outros assuntos que permeiam a formação humana e o processo educativo. Como resultado, esperamos ampliar a compreensão de conceitos elaborados pela Psicologia Histórico-Cultural e subsidiar os estudos desenvolvidos por alunos da graduação e pós-graduação do Departamento de Psicologia e Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá.

Coordenadora: Nilza Sanches Tessaro.

Integrantes: Ana Paula Pires.


LABORATÓRIO DE ESTUDOS EMPÍRICOS E TEÓRICOS EM CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL, ORÇAMENTO E GESTÃO PÚBLICA

O presente projeto de pesquisa se propõe a acompanhar a evolução da Contabilidade Governamental e do Orçamento, e, sua relação com a Gestão Pública. Nesse sentido objetiva desenvolver estudos teóricos e empíricos que contemplem temas como: responsabilidade fiscal, qualidade dos serviços públicos, eficiência no setor público, indicadores de atividades, avaliação do conjunto de resultados, impactos de políticas públicas ante leis como Lei de Acesso à Informação - LAI e Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, programas governamentais em termos de formulação, implementação, monitoramento e avaliação, conceitos de eficiência, eficácia e efetividade

Coordenadora: Kerla Mattiello.

Integrantes: Ana Paula Avanci Lugli Matara; Andre Luis de Castro; Cristina Pereira de Freitas; Eduardo Antonio da Silva; Elizangela Aparecida Cordeiro; Eloisa da Silva Sartori; Jonathan Wilkersom Bertusso; Leticia Liliane Evangelista Dias; Marcela Sayuri Tsuzuki; Rafael de Agustini Vicentin; Roberto Rivelino Martins Ribeiro.


MODELO CALGARY DE AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO COM FAMÍLIAS DURANTE A INTERNAÇÃO HOSPITALAR

O Cuidado Centrado na Família é uma prática que permite a humanização das ações de enfermagem e atenção integral e inclusiva de seres em uma situação de vulnerabilidade (processo de hospitalização). Objetivo: conhecer as experiências familiares com o processo de adoecimento de um de seus membros. Método: Tratar-se-á de um projeto de pesquisa qualitativa, de caráter intervencionista, que objetiva avaliar as famílias de pacientes hospitalizados e intervir juntos a elas, a partir de intervenções de enfermagem familiar. Será desenvolvido em um Hospital Universitário Regional do norte do Paraná, onde familiares de pacientes internados nos setores de Clínica Médica, Cirúrgica e Pediatria serão convidados a participar da aplicação de instrumentos de avaliação e intervenção com a família. Todos os preceitos éticos serão seguidos. Resultados esperados: espera-se obter dados que revelem a realidade das vivências experienciadas por familiares de pacientes hospitalizados e que permitam a personalização da assistência em saúde impactando no bem-estar familiar e na atenção voltada ao Cuidado Centrado na Família.

Coordenador: Mayckel da Silva Barreto.

Integrantes: Erica Franco Basseto; Natelie Ferreira Moura.


O ESTATUTO DAS CIDADES DUAS DÉCADAS DEPOIS: ALCANCES E LIMITES DA POLÍTICA URBANA NOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO IMEDIATA DE MARINGÁ

A presente pesquisa tem como objetivo investigar os instrumentos urbanísticos e de indução do desenvolvimento urbano previstos pela política urbana, tomando por referência espacial municípios da Região Imediata de Maringá, com vista a proporcionar uma reflexão quanto ao Direito à Cidade e suas diretrizes de democracia, sustentabilidade e justiça social. Assim, se percorrerá a trajetória de desenvolvimento do conceito de Direito à Cidade a partir do Movimento Nacional pela Reforma Urbana no Brasil e nas plataformas internacionais que o discutem. A investigação também tem como pauta o processo de elaboração e revisão do Plano Diretor dos municípios, bem como as demais leis municipais em que se desenham a aplicação dos instrumentos urbanísticos, sempre se atendo ao processo participativo e à sua dinâmica de gestão democrática de elaboração e implementação. Visa-se analisar novas diretrizes e alternativas para o desenvolvimento dos municípios paranaense considerando as peculiaridades regionais e locais.

Coordenadora: Celene Tonella

Integrantes: Ana Aparecida de Brito; Andrey Sérgio Limonta; Antonio Rafael Marchezan Ferreira; Dayane Kelly Ojeika Martins de Souza; Fabíola Castelo de Souza Cordovil; Larice Lopes Faustino.


O ESTUDO REMOTO DE ACADÊMICOS COM DEFICIÊNCIAS NO ENSINO SUPERIOR NO CONTEXTO DA PANDEMIA: DAS POLÍTICAS ÀS PRÁTICAS

Pesquisas sobre o processo de escolarização de universitários com deficiência têm demonstrado que, assim como a Educação Básica, o Ensino Superior não tem assegurado uma educação compromissada com a emancipação humana destes estudantes. Em tempos de isolamento social em função da pandemia da COVID-19, o ensino presencial foi suspenso, tornando-se remoto. Assim, a presente pesquisa que é um braço de uma pesquisa maior que reúne pesquisadores de seis universidades das regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste, membros do Grupo de Trabalho (GT) 59 Psicologia e Políticas Educacionais da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (Anpepp), tem por objetivo mapear e analisar diferentes formas de organização da Educação Especial produzidas no contexto da pandemia provocada pela COVID-19, em uma Universidade Pública do Estado do Paraná. O aporte teórico será a Psicologia Histórico-Cultural e, como método utilizar-se-á o materialismo histórico dialético. Para coleta de dados será realizada pesquisa documental, constituída por meio de localização e seleção da proposta e de normativas que orientam o Ensino Remoto na respectiva instituição e, pesquisa de campo com os estudantes de graduação e de pós-graduação autodeclarados com deficiência e com os gestores (co)responsáveis pelas condições de acessibilidade no contexto universitário. Para análise dos dados serão desenvolvidas categorias de análise próprias ao Materialismo Histórico Dialético. Este estudo permitirá compreender como tem ocorrido o Ensino Remoto para universitários com deficiência, possibilitando contribuir para o enfrentamento às práticas excludentes. Destarte, destaca-se que a presente pesquisa por estar atrelada a uma pesquisa maior, a qual já foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética Envolvendo Seres humano com Parecer: 4.478.152 não se faz necessário ser novamente submetida a este Comitê.

Coordenadora: Nilza Sanches Tessaro.

Integrantes: Ana Paula Pires.


O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2014) E A EDUCAÇÃO ESPECIAL: ANÁLISE DA META 4

O presente projeto de pesquisa se dedicará a realizar uma análise da Meta 4 do atual PNE, de seus objetivos e estratégias com o fim de apresentar e avaliar criticamente, de modo sistemático e analítico, a efetividade das medidas previstas quanto a promoção de equidade educacional e social segundo as necessidades específicas das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades ou superdotação, na educação básica e ao atendimento educacional especializado (AEE).

Coordenador: Geovanio Edervaldo Rossato.

Integrantes: Dirceu Diniz Bemfica Junior.


OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES: NÚCLEO REGIÃO METROPOLITANA DE MARINGÁ

Trata-se de um Programa de Pesquisa afeto ao CCH-UEM desenvolvido como Núcleo da Região Metropolitana de Maringá/UEM no âmbito da Rede Observatório das Metrópoles-IPPUR/UFRJ sob coordenação do Prof. Dr. Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, cadastrado como um Grupo no CNPq. Congrega docentes e discentes da UEM de vários departamentos e centros e desenvolve atividades de pesquisa e extensão.

Coordenador: Antonio Rafael Marchezan Ferreira

Integrantes: Ana Aparecida De Brito; Anayse Zacharias Arruda Brasil; Andrey Sergio Limonta; Antonio Augusto Ferreira Neto; Beatriz Helena Brito dos Santos; Celene Tonella; Dayane Kelly Ojeika; Martins de Souza; Debora Bianchi; Éder Rodrigo Gimenes; Fabiola Castelo de Souza Cordovil; Jordana Beatriz Passareli Jordão; Josivaldo Souza Reis; Kerla Mattiello; Larice Lopes Faustino; Leticia de Campos Bello; Manuela Suranji Pereira Rodrigues; Maria Julia Marques de Labio; Marivânia Conceição De Araújo; Paulo Roberto de Souza; Pedro Alda Martins; Rafaela do Val Alves Taveira; Sabrina Ascui de Oliveira Karantino; Victor Hugo Rissato; William Antonio Borges.


PAIS, FILHOS E A VIRTUALIDADE: GERAÇÕES E OS USOS DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

As interrogações que motivam esse projeto partem da compreensão de que os recortes geracionais têm instituído às ciências humanas e sociais novas questões. As análises de Mannheim (1961) são importantes para a compreensão das relações entre grupos geracionais, particularmente os que dividem pais/filhos e que podem ser identificados por uma oposição jovens/velhos. Na nossa sociedade são os jovens que colocam aos velhos o problema de como fazer e de que forma fazer uso das TIC. Na medida em que os jovens ampliam seus círculos sociais trazem para a família novos discursos que promovem abalos no discurso familiar oficial, que não será mais o mesmo, assim como poderá haver alterações na dinâmica familiar. A introdução no mundo virtual e seu uso tem sido um dos novos discursos que os jovens têm trazido para a família. Isto tem provocado alteração nas relações entre pais e filhos. Essa pesquisa tem como objetivo geral gerar, sistematizar e analisar dados que explicitem como as relações entre pais velhos e filhos jovens passam a ser mediadas pelos usos que ambos os grupos fazem das TIC. Realizaremos um estudo qualitativo a partir da análise dos dados quantitativos do TIC Kids Online Brasil e de entrevistas semiestruturadas com pais e filhos jovens de Belo Horizonte - MG e Maringá - PR. A pesquisa TIC Kids Online Brasil objetiva mapear possíveis riscos e oportunidades online, bem como delinear práticas de mediação de pais relativas ao uso da internet. Usaremos os dados referentes a adolescentes e pais, coletados a partir de 2012. Esses dados, já tratados estatisticamente, serão analisados qualitativamente. Serão realizadas 30 entrevistas com jovens entre 15 e 17 anos, e seus pais, divididas igualmente entre Belo Horizonte - MG e Maringá - PR. Buscaremos entrevistar tanto o pai quanto a mãe do jovem para que possamos avaliar melhor a relação intrafamiliar que se estabelece com o uso da internet. Utilizaremos a análise de conteúdo para analisarmos os dados da pesquisa.

Coordenadora: Marcia Stengel.

Integrantes: Adriana Santos de Oliveira; Simone Pereira da Costa Dourado.


POLÍTICA URBANA E DIREITO À CIDADE: AÇÕES E INSTRUMENTOS PARA A CIDADE DEMOCRÁTICA

A presente pesquisa tem como objetivo investigar os instrumentos urbanísticos e de indução do desenvolvimento urbano presentes na legislação de determinadas cidades brasileiras, com vista a proporcionar uma reflexão quanto ao Direito à Cidade e suas diretrizes de democracia, sustentabilidade e justiça social. Assim, se percorrerá a trajetória de desenvolvimento do conceito de Direito à Cidade a partir do Movimento Nacional pela Reforma Urbana no Brasil e também das plataformas internacionais que o discutem. A investigação também tem como pauta o processo de elaboração e revisão do Plano Diretor das cidades, bem como as demais leis municipais em que se desenham a aplicação dos instrumentos urbanísticos, sempre se atendo ao processo participativo e à sua dinâmica de gestão democrática de elaboração e implementação.

Coordenador: Antonio Rafael Marchezan Ferreira.

Integrantes: Andrey Sérgio Limonta; Danielle Cristina Costa; Dayane Kelly Ojeika Martins de Souza; Fabíola Castelo de Souza Cordovil; Tainara Carolina Martins Valenzuela.


POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO E EM SAÚDE (FASE 02)

Trata-se de um projeto de pesquisa (Fase 02) que abrange temáticas relacionadas à linha de pesquisa de educação e saúde do Programa de Mestrado Profissional em Políticas Públicas (PPP). O objetivo geral é analisar políticas públicas nas áreas de educação e saúde, em diferentes temáticas, sua construção, desdobramentos e interface com os direitos sociais, em nível local, estadual ou federal. A metodologia explicita as temáticas e os métodos empregados, destacando-se que serão pesquisas envolvendo, no mínimo, duas sublinhas: ‘políticas de inclusão, permanência e formação continuada no ensino fundamental, médio e superior’ e ‘política nacional de promoção à saúde, com ênfase em saúde ocupacional e vigilância em saúde’. O período de execução do projeto é de três anos (setembro/2024 a setembro/2027), envolvendo docentes e pós-graduandos ligados ao Programa. A linha de pesquisa contempla pesquisas sobre formulação, implementação e modelos avaliativos de políticas voltadas para a promoção do bem-estar físico e mental dos cidadãos e também para o seu desenvolvimento intelectual e profissional. São incentivados estudos focalizando especificamente um programa ou ação, mas também iniciativas comparativas que resultem em diagnósticos e proposições que subsidiem a melhoria em processos de formulação, implementação e avaliação nessas áreas de atuação, sistematizando referenciais teóricos ligados especialmente a políticas públicas no Estado do Paraná. Para esta fase de execução, serão priorizadas temáticas oriundas do município de Maringá/PR, haja vista a parceria entre Universidade e o Executivo de Maringá com vigência para a turma iniciada em final de 2023. 

Coordenador: Mayckel da Silva Barreto.

Integrantes: Claudinéia Aparecida de Souza; Eliana Muzolon Marques; Eliane de Andrade Dias; Erica Franco Basseto; Isabel Cristina Rodrigues; Leandro Henrique Romão; Lilian Denise Mai; Marivânia Conceição de Araújo; Nilza Sanches Tessaro.


RAÇAS E GÊNEROS NO ENSINO OCIDENTAL DE HISTÓRIA (SÉCULOS XVIII A XX). EXPLORAÇÕES DE HISTÓRIA COMPARADA

Partindo do suposto de que os materiais escolares (especialmente, mas não somente, os livros didáticos, os dicionários e as enciclopédias) são condensadores de projetos comportamentais e morais vigentes na sociedade que os utiliza, a proposta dessa pesquisa é isolar para fins analíticos alguns dos perfis desejáveis de conduta de gênero e de relações raciais presentes nesses materiais no decurso de trezentos anos de ensino de história no Mundo Ocidental. O escopo teórico que orienta inicialmente esse estudo se define como uma articulação em chave historiográfica entre temáticas e conceitos trabalhados no âmbito da Psicologia das Representações Sociais e da Cultura. A abordagem deve ser eminentemente comparativa, operando em busca de semelhanças e diferenças no tempo e no espaço. Para tal, empregam-se técnicas correntes de Análise de Conteúdo. Os materiais escolares, portanto, serão escrutinados, antes de tudo, como fontes (ou documentos) que possibilitam acessos a processos históricos e, mais especificamente, respostas provisórias ao questionário sobre como se estruturaram, ao longo de trezentos anos de ensino de história no Mundo Ocidental, atributos (substanciais ou acidentais) de gênero e de raça.

Coordenador: José Henrique Rollo Gonçalves.

Integrantes: Edneia Regiane de Godoy Moraes; Suziane Barbosa Almeida.


RAÍZES DA METROPOLIZAÇÃO NO EIXO MARINGÁ E LONDRINA: POLÍTICAS PÚBLICAS, PLANOS E AGENTES NA DÉCADA DE 1970

A década de 1970 marca a consolidação da rede urbana do norte do Paraná. O fim do ciclo cafeeiro e a introdução da monocultura da soja, a industrialização e a urbanização do estado se dão num quadro de modernização conservadora, politicamente autoritária, economicamente associada e concentradora, socialmente excludente e ambientalmente predadora, consubstanciada nos Planos Nacionais de Desenvolvimento e em grandes obras de infraestrutura. Este quadro se rebate no planejamento territorial e urbano-regional, com criação da Região Metropolitana de Curitiba e a concepção das cidades médias do estado enquanto polos regionais. Pretende-se elucidar como as políticas públicas territoriais, os planos urbano-regionais, os agentes e instrumentos de desenvolvimento urbano geraram, numa lógica social e espacialmente segregadora, a concentração populacional, econômica e de infraestrutura nas cidades de Maringá e Londrina, e o concomitante esvaziamento das cidades de pequeno porte entre elas, durante a ditadura civil-militar. Isso se desdobra no território e no espaço intraurbano com a concentração fundiária, dispersão, periferização, os vazios urbanos e a alocação diferenciada de infraestrutura entre as cidades-polo e as cidades pequenas, entre centro e periferia. A pesquisa preenche, assim, uma lacuna existente na historiografia sobre a modernização, a história urbana e o planejamento urbano brasileiros e da região de colonização recente, especificamente no caso de cidades de pequeno e médio porte, nas décadas de 1970 e 1980. O estudo possui caráter qualitativo e exploratório e adotará o método da pesquisa histórica, com uma abordagem que parte do corpus empírico em direção ao conteúdo teórico. Este último cobre, por sua vez, as dimensões de análise, que enfatizam a questão metropolitana. Para tanto, divide-se as estratégias de pesquisa em pesquisa bibliográfica e documental, além dos mapeamentos para subsidiar as análises sobre os efeitos das políticas sobre o território.

Coordenadora: Fabiola Castelo de Souza Cordovil.

Integrantes: Danielle Cristina Costa.


REGIMES URBANOS, PADRÃO DE GOVERNANÇA E CULTURA POLÍTICA NA REGIÃO METROPOLITANA DE MARINGÁ

O objetivo deste projeto, inicialmente, é compreender a constituição dos regimes urbanos enquanto processos que afetam e produzem as cidades e, neste contexto, como são mobilizadas as forças no âmbito dos processos de governança, de des/reterritorializacão e de (des)construção de políticas públicas. Tratam-se de leituras sobre as Regiões Metropolitanas de Maringá e Curitiba. Além disso, em um segundo momento, o objetivo se estabelece no sentido de construir metodologias para orientar a prática dialógica entre sociedade e governo (participação, representação e governança), bem como para monitorar e avaliar políticas públicas.

Coordenador: William Antonio Borges.

Integrantes: Celene Tonella; Éder Rodrigo Gimenes; Tiago Giovani Cardoso Grilo.


REPRESENTAÇÃO E LEGITIMIDADE DEMOCRÁTICA

A pesquisa avança no conhecimento da crise da legitimidade democrática no Brasil conjugando três eixos de análise: a) a cultura política da população, b) o desenho das instituições políticas e c) a qualidade das elites governantes. Sugerimos que haja uma conexão (cuja intensidade e relações de causalidade devem ser determinadas) entre as mudanças cíclicas nos valores políticos, a mecânica disfuncional das instituições representativas, incluindo aí o desenho do sistema eleitoral e a organização do sistema partidário, e o tipo de elite que opera o sistema político brasileiro. O problema é saber como as frequentes mudanças nas regras institucionais e as oscilações das percepções dos eleitores sobre a democracia se conectam com uma classe política personalista, auto-interessada e clientelista que opera fora do modelo tradicional de gestão do presidencialismo brasileiro. Os três eixos (valores, instituições, elites), articulados entre si, têm o objetivo de entender as dimensões da (des)legitimidade da democracia brasileira. Para responder às questões de pesquisa conjugamos três técnicas de coleta de dados: a) aplicação de questionários à amostra representativa dos eleitores e ao conjunto dos membros do parlamento brasileiro; b) recuperação histórica da evolução institucional, das reformas eleitorais e dos rearranjos do sistema partidário nacional; e c) construção do perfil coletivo da classe política brasileira através de prosopografia.

Coordenador: Adriano Nervo Codato.

Integrantes: Antonio Augusto Ferreira Neto; Bruno Bolognesi; Eder Rodrigo Gimenes; Ednaldo Aparecido Ribeiro; Julian Borba; Karine dos Santos Costa; Lucas Toshiaki Archangelo Okado.


VALORES EMANCIPATÓRIOS, PÓS-MATERIALISMO E CONTEXTO PANDÊMICO: EFEITOS DA PANDEMIA DE COVID-19 SOBRE VALORES E ATITUDES EM PERSPECTIVA COMPARADA.

Estudos ainda preliminares indicam que, para além da tragédia das milhões de vidas perdidas na pandemia de Covid-19, esse evento global provocou alterações profundas na forma como cidadãos de diferentes países e culturas vivem suas vidas nesses dois últimos anos. Registram-se alguns esforços recentes de estimação de efeitos desse grave evento pandêmico sobre comportamentos (BACCINI; BRODEUR; WEYMOUTH, 2021; LANDMAN; SPLENDORE, 2020) e atitudes políticas (GADARIAN; GOODMAN; PEPINSKY, 2021; GROSSMAN et al., 2020). A presente proposta pretende contribuir para essa agenda investigando os impactos da pandemia sobre um conjunto de valores individuais e metas societais em perspectiva comparada. Tomando como referência as propostas de mensuração das prioridades individuais de Inglehart (1971; 1990) e dos valores emancipatórios de Welzel (2013), pretendemos identificar como esse contexto de crise afetou essa dimensão subjetiva da vida pessoal e coletiva. Considerando que a tragédia sanitária atingiu de forma distinta diferentes países e que os seus respectivos governos apresentaram estratégias e desempenhos distintos na mitigação dos efeitos da crise sanitária, a perspectiva comparada se impõe. Utilizando dados de pesquisa de painel do projeto Values in Crisis, conduzida pela World Values Survey Association (WVSA) em 22 países distribuídos em diferentes regiões do planeta e também as informações da série histórica regular dessa associação, por meio de modelos estatísticos multivariados multiníveis pretendemos testar hipótese relativas a efeitos de condicionantes individuais e nacionais ligados à pandemia sobre um conjunto de prioridades valorativas e atitudes sobre temas sociais e políticos. Número do processo no CNPq 30356820216.

Coordenador: Ednaldo Aparecido Ribeiro.


VELHICES E MEMÓRIAS: CONSTRUINDO UM DIÁLOGO ENTRE SIMONE DE BEAUVOIR E NORBERTO BOBBIO

Simone de Beauvoir intelectual francesa nascida em Paris no ano de 1908, falecida na mesma cidade em 1986, aos 78 anos. Norberto Bobbio, pensador italiano, nasceu em Turim em 1909 e morreu no mesmo local em 2004, foi um nonagenário. Diferentes velhices, uma feminina e outra masculina, que convergem para percepção de que em nossas sociedades ocidentais e modernas o lugar dos idosos é o da memória, o seu tempo é o da recordação. Partilham um mesmo contexto histórico e social, o europeu entre as guerras mundiais e todas as intensas transformações sociais e econômicas ocorridas no século XX. Contudo, suas vivências são cindidas pelo pertencimento de gênero. O fim das juventudes de Beauvoir e Bobbio se deram no final dos anos de 1930, o início de suas velhices no final dos anos de 1960, mais precisamente 1968/69, o que certamente definiu um patamar para reflexão de cada um sobre as dinâmicas sociais. Este projeto investiga as construções da velhice e do envelhecimento em obras desses dois intelectuais que tem um caráter autobiográfico, a saber: A Velhice; Memórias de uma moça bem-comportada e A Força da Idade, as três de Beauvoir, e O Tempo de Memória. De senectude e outros escritos autobiográficos e Autobiografia. Uma vida política, ambas de Bobbio. A questão norteadora deste projeto é compreender em que medida a vivência de gênero impacta as percepções que Beauvoir e Bobbio criam sobre a velhice e o envelhecimento.

Coordenador: Simone Pereira da Costa Dourado.